Criança

Que cuidados se deve ter com os olhos do bebê?

A visão é um dos nossos principais sentidos, por isso, deve ser cuidada desde que somos pequeninos. E não se engane: as doenças oculares não acometem apenas as pessoas mais velhas. É muito importante, portanto, prestar atenção especial aos olhos do bebê — mesmo durante a gestação —, pois vários fatores podem levar ao desenvolvimento de problemas.

Descubra quais os cuidados que se deve ter com os olhos do bebê:

Doenças da mãe que podem prejudicar a visão do bebê

Durante a gravidez, a mamãe deve fazer todos os exames do pré-natal, inclusive para detectar doenças como a rubéola e a toxoplasmose, que, se não forem tratadas nessa fase, podem levar a sérios problemas de visão no bebê.

Como deve ser a limpeza dos olhos do bebê

Algumas doenças como a conjuntivite não infecciosa e a blefarite podem melhorar ou até serem evitadas apenas com a limpeza correta dos olhos. Acompanhe:

Higienização

A limpeza dos olhos do bebê deverá ser feita uma vez por dia, no momento do banho. Antes de colocar o bebê na banheira, pegue um chumaço de algodão ou uma gaze e umedeça na água morna da banheira. Então, passe o algodão molhado na pálpebra superior, indo na direção dos cílios. Use um algodão para cada olho.

Massagem

Com o bebê já dentro da banheira, faça uma massagem suavemente, com o seu dedo indicador, na área que vai do canto interno dos olhos até a narina. É importante que a massagem seja feita sempre de cima para baixo e que termine com uma leve pressão. O ideal é fazer uma vez em cada lado.

Enxugando os olhos do bebê

Após o banho, enxugue bem os olhos do bebê. Para isso, enrole o seu dedo indicador numa toalha bem macia ou fralda de pano e, então, pressione o dedo contra a pálpebra de maneira suave, sem esfregar.

O que não usar na limpeza dos olhos dos bebês

A água boricada nunca deve ser usada em bebês, seu uso é restrito a adultos e crianças maiores de 12 anos — mesmo neles, não deve ser aplicada na parte de dentro dos olhos.

Também não é indicado o uso de cotonetes, pois qualquer movimento brusco poderá ferir os olhos do bebê.

Quando fazer o primeiro exame oftalmológico no bebê

Em geral, o pediatra realiza ao nascer ainda no berçário, o exame do reflexo vermelho no olho do bebê para assegurar que a visão está normal e não há uma doença conhecida como catarata congênita.

O exame oftalmológico é muito importante para detectar precocemente qualquer problema de visão que não tenha sido percebido ao nascer. O diagnóstico de doenças ou defeitos de visão nessa fase poderá, inclusive, evitar problemas nos olhos para toda a vida.

Doenças que podem se desenvolver nos olhos do bebê, sintomas e tratamentos

Conjuntivite neonatal

Trata-se de uma inflamação provocada por micro-organismos que acontece na membrana que recobre os olhos e também nas córneas. A conjuntivite é mais comum em bebês que ficam no berçário da maternidade, e não com a mãe.

Também pode ser causada se houver entrada de sangue ou de outros líquidos nos olhos do bebê no momento do parto.

Sintomas

Olhos irritados e vermelhos, sensibilidade à luz, coceira e acúmulo de secreção.

Tratamento

Limpeza local e compressa. Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos, que devem ser prescritos apenas pelo pediatra.

Conjuntivite em bebês

Trata-se da inflamação dos olhos com secreção amarelada e espessa. Pode ser causada por atrito com os olhos (se o bebê levar o dedo aos olhinhos, por exemplo), por vírus ou bactéria, deixando as pálpebras grudadas.

Sintomas

Olhos inchados, pus e pálpebras cheias de secreção grudadas ao acordar.

No entanto, se a secreção for fluida e incolor pode não ser nada e só a higienização diária será suficiente para tal secreção desaparecer naturalmente.

Obstrução do canal lacrimal

Acontece quando o canal por onde as lágrimas escoam continua fechado mesmo após as primeiras lágrimas serem produzidas, podendo resultar em inflamação local causada pelo acúmulo de muco. A doença atinge apenas aproximadamente 5% dos bebês e de maneira aleatória.

Sintomas

Inchaço na parte inferior dos olhos, lacrimejamento excessivo e muco amarelado.

Tratamento

A boa notícia para os pais é que a maioria dos casos são resolvidos por si só ou com massagens especiais. No entanto, em alguns é necessário o uso de uma sonda para desobstruir o canal.

Blefarite

Trata-se de uma inflamação nas pálpebras, que ficam vermelhas e purulentas. É comum em bebês com caspa.

Sintomas

Vermelhidão e pontos de pus.

Tratamento

Seu bebê deve ser levado a um oftalmologista rapidamente. Mas enquanto a consulta não chega, molhe um chumaço de algodão limpo com água pré-fervida e amornada e limpe as pálpebras duas vezes por dia. Use um algodão para cada olho para a infecção não passar de um para o outro.

Ptose

Conhecida popularmente como “pálpebra caída”, trata-se de uma disfunção da anatomia que impede que o músculo responsável por elevar a pálpebra não funcione corretamente, o que faz com que o bebê não consiga abrir totalmente os olhos. Essa doença pode ser hereditária, transmitida de pais para filhos.

Tratamento

Cirurgia é o único tratamento que existe. Se a ptose for total e impedir a visão ou encobrir parte da pupila, é recomendado que a cirurgia seja feita imediatamente.

Glaucoma congênito

O glaucoma congênito se dá pela dificuldade de escoamento do líquido do globo ocular (normalmente, por malformação dos canais que deveriam escoar o líquido), que, então, passará a pressionar o nervo óptico — o que, infelizmente, pode levar à cegueira.

Por ser congênito, os pais devem pesquisar se há outros casos na família

Sintomas

O aumento do globo ocular é um sinal inconfundível do problema. Alta sensibilidade à luz e lacrimejamento são outros sinais.

Tratamento

Algumas formas leves podem ser tratadas com medicamento. Na maioria das vezes, porém, é necessário cirurgia para abrir os canais de drenagem.

Catarata congênita

Essa é a principal causa de cegueira congênita (ao nascer) no Brasil. Ela ocorre quando o cristalino (a lente dos olhos) perde a transparência impedindo a passagem da luz. Apenas um ou ambos os olhos do bebê podem ser afetados.

Bebês com casos anteriores na família têm maior predisposição à doença, além dos portadores de síndromes genéticas, como a síndrome de Down, e filhos de mulheres que tiveram infecções na gravidez, como rubéola e citomegalovírus.

Sintomas

Pupila (parte central dos olhos, também conhecida como “menina dos olhos”) com aspecto esbranquiçado como seu único sinal.

Tratamento

Já que o cristalino não pode ser tratado, ele precisa ser trocado por uma lente artificial. Antes disso, a criança deverá usar óculos.

Ambliopia

O popular “olho preguiçoso” é a dificuldade de enxergar que ocorre em apenas um dos olhos. O olho que enxerga melhor compensa a deficiência do outro, que enfraquece cada vez mais. Se não for tratado a tempo, o problema se agrava.

A doença pode aparecer em bebês com catarata, estrabismo ou com problemas severos de refração (veremos mais adiante). Fique alerta também quanto ao histórico familiar, porém, alguns casos não apresentem causa definida.

Sintomas

A ambliopia não tem sintomas, mas o estrabismo ou as outras doenças citadas podem ser sinais de alerta.

Tratamento

A causa da ambliopia determinará seu tratamento, mas é necessário usar um tampão no olho que enxerga bem para estimular o outro olho a “trabalhar” para enxergar melhor.

Miopia, hipermetropia e astigmatismo

Esses são os denominados “problemas de refração”, e fazem com que os olhos pareçam enxergar fora de foco.

Na miopia, a dificuldade está em enxergar de longe, já as imagens próximas são muito nítidas. A hipermetropia é a dificuldade em enxergar de perto, e no astigmatismo as imagens parecem estar “cruzadas”.

Pode acontecer mais frequentemente em bebês prematuros, no entanto casos familiares e síndromes genéticas são um importante alerta. Crianças albinas estão mais sujeitas a ter astigmatismo.

Sintomas

Os bebês que piscam muito ou têm extrema sensibilidade à luz precisam de atenção extra.

Tratamento

Em graus muito baixos de hipermetropia e astigmatismo, não é necessário qualquer tratamento, pois praticamente não há sintomas. O tratamento é o uso de óculos.

Agora você já conhece as doenças oculares que seu filho pode ter e sabe quais os principais cuidados com os olhos do bebê. Ainda tem dúvidas ou experiências para compartilhar? Deixe um comentário aqui no blog e conte para nós!

Categorias: Criança

Mais de 100.000 mães acompanham nosso conteúdo!

    Cadastre seu e-mail e junte-se a elas

    Dra. Mariana Mader Pires de Castro

    Dra. Mariana Mader Pires de Castro

    (CRM: 876879RJ)
    Graduação em Medicina pela Universidade Estácio de Sá;
    Residência Médica em Pediatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
    Residência Médica em Endocrinologia Pediátrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
    Certificado de Atuação na Área de Endocrinologia Pediátrica (CAAEP)- RJ; Mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    Caro Leitor,

    A CordVida produz o conteúdo desse blog com muito carinho e com o objetivo de divulgar informações relevantes para as futuras mães e pais sobre assuntos que rondam o universo da gravidez. Todos os artigos são constituídos por informações de caráter geral, experiências de outros pais, opiniões médicas e por nosso conhecimento científico de temas relacionados às células-tronco. Os dados e estudos mencionados nos artigos são suportados por referências bibliográficas públicas. A CordVida não tem como objetivo a divulgação de um blog exaustivo e completo que faça recomendações médicas. O juízo de valor final sobre os temas levantados nesse blog deve ser estabelecido por você em conjunto com seus médicos e especialistas.