Células-Tronco

Vale a pena armazenar sangue do cordão umbilical?

O cordão umbilical é fonte muito rica em células-tronco em sua fase mais primitiva, quando há maior potencial de formação de outros tipos celulares e, consequentemente, um amplo leque de aplicações terapêuticas.

As células do sangue do cordão umbilical podem ser armazenadas no instante após o nascimento do bebê para que, no futuro, possam vir a ser utilizadas no tratamento de diversas doenças. Entre elas, as patologias hematológicas, como as leucemias, linfomas, anemias graves e outras disfunções envolvendo a produção de células e o funcionamento do sistema sanguíneo, cujo tratamento já é amplamente realizado no mundo todo há mais de 20 anos.

Já as células-tronco do tecido do cordão são investigadas para uso terapêutico no tratamento de doenças como diabetes (tipo I e II), cirrose hepática, doenças cardíacas, Alzheimer e lesões esportivas.

Dica: Como funcionam as células-tronco no tratamento de doenças do sangue?

Hoje vamos detalhar como é feito este processo, quais os seus benefícios de armazenar sangue do cordão umbilical e o que você precisa levar em conta ao tomar essa decisão tão importante para a saúde dos seus filhos. Confira!

Coleta: procedimento simples e seguro

O primeiro ponto a ser considerado é que a coleta do sangue e do tecido do cordão é um processo extremamente simples e indolor, seguro para a mãe e para o bebê.  Ela costuma levar menos de dez minutos e pode ocorrer após o parto, normal ou cesariana.

Logo após o cordão umbilical ser clampeado e cortado, a equipe especializada irá proceder com a coleta do sangue e do tecido do cordão umbilical. As amostras são acomodadas em uma bolsa apropriada para transporte de material biológico e os materiais chegam ao laboratório em menos de 48 horas.

Dica: Como funciona a coleta de células-tronco para cada tipo de parto

É importante salientar que o procedimento pode ser realizado mesmo quando a clampagem do cordão é tardia, ou seja, quando é realizada após ele ter parado de pulsar. A única diferença, nesse caso, é que o volume de sangue coletado poderá ser menor.

Como funciona para armazenar sangue do cordão umbilical?

O sangue colhido no hospital contém mais de meio bilhão de células-tronco, que possibilitam a realização de, pelo menos, um tratamento. Ao chegarem ao laboratório, elas são separadas e congeladas em tanques de nitrogênio líquido, onde são preservadas em temperaturas abaixo de 133 graus célsius negativos.

Com isso, elas conseguem sobreviver por um longo período de tempo — como a técnica é relativamente recente, sua duração máxima ainda não foi estimada, mas a ciência já registra casos de células-tronco que se mantiveram íntegras após 24 anos de congelamento.

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O fato de durarem tanto tempo se deve à interrupção no seu metabolismo, que ocorre graças às temperaturas baixíssimas. Em outras palavras, elas permanecem indiferenciadas, quando o normal seria que se desenvolvessem, transformando-se em células especializadas, e, eventualmente, morressem. Mas não é o que acontece: elas ficam prontas para serem ativadas somente quando necessário.

Dica: Confira o passo a passo da coleta das células-tronco do cordão umbilical

Por que as células-tronco são tão especiais?

Mas, afinal, para que armazenar sangue do cordão umbilical? Porque as células-tronco do cordão são muito especiais! Por se manterem indiferenciadas, elas têm o potencial de se desenvolver em todos os tipos de célula, formando diferentes órgãos e tecidos humanos. Por esse motivo, elas também levam o nome de “células-mãe”. Uma vez transplantadas, elas podem regenerar ossos, músculos e cartilagens afetados, em um tratamento conhecido como terapia celular. Guardá-las significa aproveitar uma oportunidade hoje de poder oferecer mais opções terapêuticas no futuro.

As células-tronco do sangue do cordão são um material rico que já vem sendo usado há mais de 20 anos no tratamento de mais de 80 doenças. As pesquisas também são animadoras, com novos tratamentos utilizando células-tronco do sangue do cordão sendo testados diariamente em laboratórios de todo o mundo e envolvendo não apenas o tratamento de doenças sanguíneas.

Já o tecido do cordão umbilical possui células-tronco que são capazes de se diferenciar em células de outros tecidos, como o ósseo, o muscular e o cartilaginoso. Isso deu impulso a todo um novo campo de pesquisa, a medicina regenerativa, que busca a recuperação de lesões e de tecidos danificados através de células-tronco, favorecendo a renovação dessas células e a recuperação da função.

Tratamentos com o sangue do cordão umbilical

A terapia com células-tronco do sangue do cordão no tratamento de doenças relacionadas ao sangue vem sendo utilizada há mais de 20 anos em todo o mundo, estando consagrada inclusive no Brasil. Nesse meio tempo, mais de 80 tipos de patologias foram combatidas com esse método, incluindo leucemias, falências medulares, imunodeficiências e outras doenças hematológicas, do metabolismo ou hereditárias.

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Além disso, diversas doenças têm sido alvo de pesquisas com células-tronco do sangue do cordão, que podem virar uma opção de tratamento no futuro. Entre elas, a paralisia cerebral, o Mal de Parkinson, a fibrose cística, lesões nas articulações, o diabetes e doenças cardíacas, muitas dessas consideradas hoje como problemas sem cura.

Já as células-tronco do tecido do cordão são investigadas para uso terapêutico no tratamento de doenças como diabetes (tipo I e II), cirrose hepática, doenças cardíacas, Alzheimer, câncer de mama e lesões esportivas. Ensaios clínicos também demonstram que a célula-tronco do sangue do cordão umbilical é capaz de se expandir por mais vezes, quando colocadas em cultura junto com células-tronco do tecido. Isto contribuiu para a recuperação mais rápida da medula óssea em tratamento.

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Onde armazenar: em bancos públicos ou privados?

Embora existam essas duas alternativas, é importante ter em mente que armazenar sangue do cordão umbilical em um banco privado é a única forma de garantir que o bebê e seus parentes terão acesso exclusivo ao material, a qualquer momento. Isso porque, ao ser destinado ao banco público, o material fica disponível para qualquer paciente que tenha compatibilidade e precise do tratamento.

Dica: Confira os mitos e verdades sobre armazenamento de células-tronco

Ao ser mantido em um banco privado, o material pertence aos pais até que o filho complete 18 anos de idade. A partir daí, ele se torna responsável por gerir e tomar decisões relativas às suas células-tronco, podendo beneficiar a si próprio ou a familiares com elas. Já no banco público, o armazenamento é uma doação não identificada e, portanto, disponível para uso público.

Outro benefício de optar pelo banco privado é que apenas nele é possível armazenar também o tecido do cordão umbilical, um serviço ainda exclusivo de bancos privados no Brasil.

Independente de se armazenar em um laboratório ou banco público ou privado, é muito importante que os pais possam tomar uma decisão livre e esclarecida em relação ao valor das células-tronco do cordão umbilical, um material rico que é diariamente descartado nas maternidades do país.

Dica: Tudo que você precisa saber sobre células-tronco

Atualmente, mais de 99% dos cordões umbilicais são, infelizmente, descartados como lixo hospitalar no Brasil, um material valioso que, se armazenado em bancos públicos ou privados, pode contribuir para o tratamento de tantas famílias que precisam. 

Agora que você já sabe como funciona e conhece os benefícios de armazenar sangue do cordão umbilical do seu bebê, que tal receber mais novidades sobre o assunto? Assine a nossa newsletter.

Categorias: Células-Tronco , Gravidez

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    Dra. Roberta Pasianotto Costa Trofo

    Dra. Roberta Pasianotto Costa Trofo

    (CRM 98.256/SP)
    Graduação em Medicina - Faculdade de Medicina de Jundiaí, 1999;
    Residência Médica em Clínica Médica e Patologia Clínica/Medicina Laboratorial na Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP;
    Especialização em Hematologia e Hemoterapia na Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP;
    Título de Especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial - SBPC.

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