Gravidez

Vínculo entre mãe e bebê: da gestação para toda a vida!

O bebê chorou e logo alguém diz: “leva ele para a mãe que ela sabe o que fazer”. E como mágica ela entende qual é a necessidade do seu pequeno e como acalmá-lo. Mas apesar da ideia do senso comum da instantaneidade dos conhecimentos maternos, esse vínculo não é imediato. É, na verdade, construído gradualmente, no contato e no convívio diário.

A conexão entre a mãe e seu bebê é um processo de aprendizado para ambos. É um laço que se inicia ainda na gestação e deve ser cultivado nessa fase intensa da vida da mulher, fortalecendo-se nos primeiros cuidados e nos primeiros anos, sendo cimentado para toda a vida.

Saiba mais sobre como se forma o vínculo entre mãe e bebê e como estimular essa relação:

Gestação: o início do vínculo

A gestação é um período de muitas mudanças no corpo e no psicológico da mulher. Além dos muitos hormônios que invadem seu organismo para adaptá-lo à formação e crescimento do feto, ela sabe que a chegada de um bebê mudará para sempre sua vida. E o filho sente todas as emoções de sua mãe, embora ainda não saiba dar a elas significado. Por isso, a gravidez já é o momento em que se inicia o vínculo entre mãe e bebê.

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Nos primeiros três meses de gestação, o embrião já sente um desconforto sempre que sua mãe tem sentimentos negativos, percebendo desde muito cedo o amor e a rejeição. Com a evolução da gestação, o bebê aprende a dar significado aos sentimentos maternos, e é por volta do terceiro trimestre da gravidez que ele começa a formar sua personalidade.

Os sentimentos maternos causam alterações no ambiente intrauterino que podem ser percebidas pelo bebê como agradáveis ou desagradáveis. Mas as futuras mamães não precisam ficar receosas com os efeitos de preocupações cotidianas e passageiras. Apenas as emoções mais fortes, como o estresse, que são capazes de estimular a liberação de hormônios chegam até o bebê.

A ansiedade característica do final da gestação é muito benéfica para ele, inclusive, pois começa a perceber que é um ser diferente do ambiente em que vive e isso vai ser importante para sua adaptação na vida fora do útero.

Como estimular o vínculo entre mãe e bebê ainda na gestação

Conversar com o bebê quando ele ainda está na barriga é muito importante para fortalecer o vínculo entre vocês. As emoções negativas são percebidas pelo feto como um ataque a ele mesmo, por isso, é importante falar sobre emoções mais fortes e estressantes, explicar por que houve uma briga com um familiar, por exemplo, para que ele saiba que seu amor por ele continua o mesmo.

O bebê já escuta a voz da mãe por volta da 20ª semana da gestação e se sente confortável com suas palavras de carinho e atenção. Ainda que não possa compreendê-las, ele sabe o sentimento que carregam e se sente aceito e amado. Acariciar suavemente a barriga quando se percebe que o bebê está agitado também é uma forma de fortalecer esse vínculo. Bebês que se sentem desejados desde a gestação nascem mais confiantes.

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Parto: o momento ideal para a formação do vínculo ao nascer

Durante o trabalho de parto o corpo feminino produz altas doses de ocitocina, um hormônio responsável por estimular as contrações uterinas, promover a dilatação do colo uterino e expulsar o bebê para fora do canal pélvico. A ocitocina é conhecida ainda como o hormônio do amor, pois está ligada ao desejo de estar com o outro e à fidelidade, sendo liberado também durante os orgasmos masculino e feminino.

Logo após o nascimento do bebê, a ocitocina endógena que estava sendo produzida para aliviar a dor, especialmente no parto pélvico, passa a ser produzida sem que haja dor e, por isso, esse é considerado o momento ideal para estabelecer o vínculo mãe e bebê. A mãe que recebe o seu filho assim que ele nasce é apresentada ao pequeno ainda sobre forte influência desse hormônio, o que a faz se apaixonar por ele, fortalecendo esse vínculo e tornando menos problemática a quebra da idealização do bebê que estava na barriga para o reconhecimento do bebê real.

O vínculo fortalecido na amamentação

Durante a amamentação também há liberação de ocitocina, o que torna esse momento também muito valioso para o fortalecimento do vínculo entre a mãe e seu bebê. Além disso, o carinho envolvido nesse ato e a proximidade entre mãe e filho, por si sós, já os torna mais próximos.

O bebê reconhece o cheiro da mãe e o som das batidas do seu coração de quando ainda estava na barriga e isso o reconforta. Por isso, mesmo as mulheres que não conseguirem amamentar podem se beneficiar desse momento da alimentação para se tornarem mais próximas de seus filhos. Como nos primeiros meses eles só enxergam bem até 20 e 30 centímetros de distância, esse também é um momento em que eles se encantam com as feições maternas e conseguem encontrar seus olhos e focalizá-los com facilidade.

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A importância do vínculo entre mãe e bebê para toda a vida

Uma pesquisa realizada pelas universidades norte-americanas de Montreal e Minnesotta demonstrou que a interação promovida no primeiro ano de vida do bebê melhora suas capacidades cognitivas, como a memória e o controle de impulsos. Conversar com o bebê sobre o seu gosto e estimulá-lo a encontrar soluções para seus problemas durante as brincadeiras também têm efeitos positivos sobre suas habilidades.

Outro estudo da Universidade de Chicago, também com bebês de até um ano, sugere que os estímulos maternos desenvolvidos nessa fase da vida têm reflexos na formação de suas personalidades dos quatro aos 13 anos. As crianças que foram mais estimuladas têm menos chances de terem problemas de comportamento, o que demonstra a importância desse vínculo para as relações sociais dos pequenos ao longo de toda a vida.

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    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    Dra. Juliana Torres Alzuguir Snel Corrêa

    (CRM: 5279398-1)
    Residência Médica em Ultrassonografia Obstétrica e Geral;
    Ginecologia Infanto Puberal (criança e adolescente);
    Atua como ginecologista obstetra há 12 anos.

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